domingo, 24 de abril de 2011

Anarquia, Religião e Ateísmo.

Por incrível que pareça um dos termos mais pesquisado em nosso site é “anarquia”. Então, em respeito aos membros que procuram esclarecimentos e informações sobre este termo, colocamos à disposição um texto sobre Anarquia e sua relação com um de nossos temas sempre visto, religião.
Anarquismo (do grego transl. anarkhos, que significa “sem governantes”, a partir do prefixo an-, “sem” +,arkhê, “soberania, reino, magistratura” + o sufixo -ismós, da raiz verbal , -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas degoverno compulsório. De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.


 
Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem. A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas. Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem – ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de “anomia“.

Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.

“Quem quer que seja que ponha as mãos sobre mim, para me governar, é um tirano. Eu o declaro meu inimigo”.
Pierre-Joseph Proudhon

O significado da palavra anarquia vem do grego e indica a ausência ou negação de governos e/ou governantes. O pensamento anarquista foi mais delimitado no século XIX, através de pensadores como Mikhail Bakunin, Pierre-Joseph Proudhon, Enrico Malatesta, entre outros. Foi durante as assembléias nas Internacionais dos Trabalhadores – congressos de trabalhadores onde se debatiam as possibilidades de ações do socialismo – as disputas entre os chamados socialistas científicos, liderados por Karl Marx e os anarquistas liderados por Bakunin, que se desenhou a cartografia dos dois pensamentos fundamentais na luta dos trabalhadores. O anarquismo – ou anarquismos em função da variedade de possibilidades de ação do pensamento libertário – privilegia a autogestão, a luta contra o Estado ou qualquer outra forma de organização hierárquica e fundamentalmente a defesa da individualidade em conjugação com a justiça social.

A anarquia é um conjunto de idéias constituídas de uma ética filosófica, política, cultural e estética na qual não há autoridade coercitiva. Por sua vez, a busca da liberdade é algo tão antigo quanto à própria humanidade e, de alguma forma, emergiu com a própria noção de vida. No homem, a força social de liberdade, de criatividade e de responsabilidade é fundamental à sua condição, e sua busca será sempre notada e percebida.

Enquanto conjunto de idéias, o anarquismo é defensor do combate sistemático ao poder centralizador. Como o poder não pode ser destruído definitivamente e a liberdade não pode ser determinada, mas conquistada, estes dois processos caminham juntos e estão em permanente construção da liberdade. Portanto, ao anarquismo, não interessa a tomada do poder e a implantação de um “regime anarquista”, pois seria uma contradição ao próprio princípio básico de sua crítica. Mais interessa ao pensamento libertário, a permanente postura antiautoritária, seja em que esfera for, buscando e ampliando os espaços de liberdade e autonomia.

A teoria anarquista foi eleita inimiga prioritária tanto pelo capitalismo quanto pelo comunismo, que através da idéia de desgoverno, bagunça e outros tantos qualificativos utilizados para desvalorizá-la buscou leva-lo a uma condição pré-política. Ao contrário do que se fala, as várias vertentes do anarquismo, ao defenderem a destruição do autoritarismo, valorizam a autonomia individual e a autogestão coletiva, e, para tanto, a disciplina e a auto-organização, porém não impostas e manipuladas por partido, governos ou religiões.

O anarquismo não é um modelo, um padrão a ser seguido. Apesar de defender princípios básicos e gerais, os vários anarquismos correspondem à diversidade entre os homens. “São diferentes rios que estão em paralelo, mas que vão desaguar no mesmo mar”, nas palavras de José Maria Carvalho, anarquista português.

Enquanto crítica das doutrinas que levam o homem à submissão e a obediência, a religião sempre teve forte crítica libertária. A noção idealista de um além-mundo e de um Deus criador detentor de uma verdade, é substituída por um materialismo ateu. Veremos adiante a visão de três pensadores libertários, em diferentes momentos históricos, cada qual mostrando, ao seu modo, como pensam a religião e a política e seus efeitos no homem.

“É provável que os seres humanos desde sempre tenham tido encontros com o mundo ao seu redor e vôos das suas imaginações que tenham evocado um expansivo sentido de deslumbramento, uma experiência do maravilhoso. Fazer amor com o oceano, devorar a gelada lua de hortelã-pimenta, saltar em direção às estrelas numa louca e deliciosa dança” – Wolfi Landstreicher, em Rede de Dominações.



A religião é o resultado de uma ausência de plenitude em nossa própria existência. A religião surge no momento em que estas experiências ou a própria existência plena, com um sentido de comunhão com o todo, tenha se perdido e uma sensação de desassossego toma lugar. Este é o sentido da palavra ‘religião’ (do latin religare), uma espécie de esforço em ‘religar’ esta conexão perdida. Restaurar uma ‘espiritualidade’ que uma vez era comum a todos.

Esta espiritualidade que uma vez era comum a todos foi perdida ou comprometida quando começaram a existir os especialistas entre os humanos, e um dos primeiros especialistas foi o xamam. O xamam foi concentrando habilidades que uma vez eram comum a todos, nas mãos de um só indivíduo. Essa concentração de poder enfraquece espiritualmente os outros indivíduos, dando início a dependência de um especialista para as questões agora chamadas “espirituais”, e dando assim o inicio a religião. Neste processo, o xamam, o padre, o sacerdote, o bispo monopolizam, manipulam e controlam este acesso à espiritualidade, o acesso para a percepção do ‘maravilhoso’ e da sensação de comunhão com o todo. Estes especialistas aprisionam estas percepções passam a dar explicações e a mediar estas experiências que são COMUNS A TODAS AS PESSOAS. Criando noções hierárquicas, de sagrado e divino etc. Como foi dito já uma vez, os especialistas “não entram e não deixam entrar “.

Conseqüentemente podemos dizer que estes xamans foram os primeiros lideres, e toda hierarquia e autoridade acaba sendo justificada por motivos religiosos.

E certamente a religião é um dos primeiros recursos para justificar uma sociedade dividida em dominantes e dominados, para justificar toda espécie de hierarquia.

Obviamente falar sobre a questão da religião e da espiritualidade é algo que rende muito debate e reflexão . Como foi dito acima, as religiões ou movimentos religiosos e espirituais surgem com um intuito de reatar uma plenitude perdida. Sendo assim, muitas pessoas encontram inspirações libertárias e anarquistas em diversas correntes religiosas. Encontramos manifestações e inclinações libertárias em praticamente todas as religiões: cristianismo, budismo, hinduismo, taoísmo, islamismo, xamanismo e outras. Estes anarquistas “religiosos” rejeitam qualquer autoridade ou hierarquia religiosa. Movimentos e indivíduos com estas buscas e propostas surgiram ao longo de toda a história.

Os adeptos do anarquismo tradicionalmente têm sido contra as religiões organizadas e institucionalizadas, que os anarquistas vêem como, em sua maioria, hierárquicas e estreitamente alinhadas com estruturas contemporâneas de poder como o Estado e o domínio do capital. No entanto, isto não significa que sejam opostos à sistemas de crenças pessoais ou coletivos, que nem sempre estão relacionados ao autoritarismo das religiões mais institucionalizadas. O anti-autoritarismo é um tema central entre alguns grupos religiosos.

Alguns anarquistas notáveis foram religiosos, como Leo Tolstoi e Ammon Hennacy, ambos crentes fiéis dos princípios da não-violência e do anarquismo cristão.

Durante a Revolução Espanhola muitos anarquistas espanhóis eram também espíritas conseguindo estabelecer paralelos entre o anarquismo e o espiritismo. Outros anarquistas se como Gary Snyder e Diane di Prima encontraram fortes ligações entre o pensamento e ação anarquista nos preceitos do budismo. Muitos no entanto, se consideram deístas, agnósticos ou mesmo ateus.


Leia mais: Anarquismo e Religião | Instituto ECO http://www.institutoeco.com/blog/04/04/outros/anarquismo-e-religiao/#ixzz1KT2qwWX6
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2 comentários:

  1. Èssa é a minha visão, meu entendimento e minha maneira de pençar,mesmo antes de conhecer o seguimento ideologico anarquista,eu honestamente já pençava assim, e assim vou permanicer lutando e divugando o anarquismo até os utimos dias da minha vida...1,f,abraço.....e..viva o anarquismo.

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  2. pode cre irmao valeu compnaheiro de luta um grande abraço ate mais se cuida

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